Epifabiconia

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Mauni Oliveira (dissertação)

Posted by epifabiconia em junho 6, 2008

Internet: Liberdade ou Perigo?

 

Há cerca de duas décadas, para se conhecer o “mundo”, era preciso viajar; enfrentar horas dentro de um avião e – ainda pior – investir uma considerável soma em tal empreitada. Quem não pudesse, ou não quisesse, arcar com tamanhos custos, tinha de se contentar com revistas, fotos e vídeos. Com o advento da internet, esse cenário mudou: já se pode “viajar” sem sair de casa, passar o tempo que se quiser descobrindo cada lugar. Uma liberdade que parecia impossível.

Atualmente a palavra computador virou quase sinônimo de internet. É como se essa máquina, que foi a grande descoberta de outro tempo, perdesse todos os seus “poderes” se não estiver ligada à rede. Todos os dias, milhares de pessoas trocam mensagens eletrônicas, acessam suas contas bancárias, compram e vendem objetos e serviços – até mesmo pedem pizza – virtualmente. Com apenas alguns “cliques” é possível aprender algo sobre a história da China, comprar um livro, conhecer alguém com interesses semelhantes, trocar informações com pesquisadores de qualquer lugar do mundo, ver a previsão do tempo, enfim, as possibilidades são praticamente inesgotáveis. Mas toda moeda possui dois lados.

É também através da internet que ficamos expostos a uma série de perigos. Dentre os mais conhecidos estão os vírus e os hackers. Assim que conectamos nosso computador à web, estamos ameaçados por eles. Por mais que tentemos nos prevenir, instalando e atualizando antivírus e firewalls, há sempre algo novo. É preciso desconfiar de e-mails com arquivos em anexo e links, mesmo quando o nome do remetente é conhecido. Convém ainda, ficar atento ao utilizar sites para compras: alguns não são seguros e outros apresentam empresas que nem sequer existem – um golpe que atrai vítimas com ofertas “imperdíveis”.

Um outro perigo esconde-se em sites de relacionamentos, como Orkut e Hi5, e salas de bate-papo. É impossível ter certeza de quem é a pessoa com quem se está “conversando” ou quem realmente tem acesso aos nossos dados. Esse risco pode aumentar quando quem acessa a internet é um adolescente ou uma criança. Como a rede é de acesso público, não há como evitar que pedófilos ou traficantes, por exemplo, utilizem-na para alcançar seus objetivos.

Contudo, não cabe classificar a internet como boa ou má, visto que é apenas uma ferramenta. Efetivamente ela proporciona a diminuição de muitas distâncias e barreiras: as informações circulam com maior rapidez e, mesmo o contato humano é facilitado. O que convém ressaltar é que precisamos ter consciência e refletir sobre como e para que a utilizamos e o quanto de informações pessoais vale a pena disponibilizar on-line. O bom uso de qualquer recurso, seja tecnológico ou não, é um processo de aprendizado, o qual nos confere a liberdade para decidir o que, de fato, é uma vantagem ou um provável risco.

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Tiago Cord (dissertação)

Posted by epifabiconia em junho 5, 2008

VAGABUNDOS OU TRABALHADORES?

 

A maioria das pessoas, ao ver um morador de rua caminhando em sua direção, instantaneamente segura sua carteira, confere se a mochila está bem fechada e, se possível, desvia ou troca de rumo rapidamente. Em geral, faz isto quase de maneira inconsciente, por puro preconceito, pois, em sua perspectiva, todo morador de rua é vagabundo e ladrão. Estereótipos que, segundo pesquisas, não condizem com a realidade brasileira.

Após pesquisa realizada pela Unesco nas principais cidades do Brasil no segundo semestre de 2007, observou-se que, do total de moradores de rua entrevistados, cerca de 80% possui alguma fonte de renda, executando atividades como: catador de materiais recicláveis, em geral latinhas de alumínio e papelão; guardador de carros nas ruas; empregados na construção civil e de limpeza, além de ajudantes de estiva em portos.

Outro fator levantado pela pesquisa são os motivos que levaram essas pessoas, na maioria homens, a essa triste situação. Entre as circunstâncias mais comuns estão o alcoolismo, o consumo de drogas ilícitas, desavenças familiares culminando com a desestruturação do lar e o desemprego. Estes problemas não chegam nem ao menos perto de uma solução, pois 89% dos entrevistados declararam não fazer parte de nenhum dos programas governamentais existentes, por falta de oportunidade e de acesso.

Com base nessa pesquisa, podemos observar que, ao contrário do que a maioria da população acredita, os moradores de rua não são reduzidos a vagabundos delinqüentes. Estas pessoas são, na sua maioria, trabalhadores que tiveram sua vida suprimida por problemas complexos, e por isto hoje vivem hoje à margem da sociedade. Não podemos reduzi-los a criminosos, segregando esta parte da população já tão castigada pela vida.

Ao invés de julgarmos, devemos pensar em uma maneira de ajudá-los a viver de modo mais digno. Medidas assistenciais como a criação de albergues comunitários, acompanhamento psicológico a famílias de baixa renda, campanhas contra o alcoolismo, se não são suficientes para solucionar o problema, podem ao menos diminuir o número de pessoas que acabam morando embaixo das pontes.

Precisamos desmistificar o fato de a população de rua ser composta de vagabundos e ladrões e nos conscientizar que, ao invés de nossas carteiras, eles querem e precisam da nossa ajuda.

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Leandro Rodrigues (mote Tchekhov)

Posted by epifabiconia em junho 2, 2008

A APOSTA MAIS ALTA

Estava tenso, mas não poderia ser diferente. Viajaram quase novecentos quilômetros para estar ali, conheceram-se melhor durante a viagem, e reconheceram afinidades. Receoso pela possibilidade de ser descoberto, demorou alguns minutos até relaxar e perceber as oportunidades que a situação proporcionava. Homem de rígidos padrões morais, foi convencido a viver aquela experiência e, já que estava ali, que fosse de verdade. Preferiu acreditar que as luzes multicoloridas piscando freneticamente lhe deixaram inebriado; bebeu aqueles drinques como se fossem água; a garganta ainda seca.

Não era a primeira vez que entrava em um cassino, mas seria seu “debut” nas apostas, e isso lhe causou ansiedade. Apostou pouco, no começo, e entendeu como o jogo funcionava. Com a astúcia que lhe era própria conseguiu, em pouco tempo, duplicar o valor inicial. Chamou a atenção. O nervosismo  inicial cedeu lugar à empolgação. Sentia-se livre. Poderia, ali, ser diferente, ou melhor, ser ele mesmo, despir-se das personagens que a sociedade lhe impunha. Baseado nessa certeza, puxou para si sua companhia, e apostou alto. Deu-lhe um grande beijo – bem recebido, mas não sem surpresa –, posicionou suas fichas e rolou os dados. “Alea jacta est”, pensou. A sorte foi lançada. Naquela noite  sorte parecia querer lhe acompanhar. Atônito com o resultado, calculou incrédulo que aqueles dados lhe renderam um milhão. Um milhão! Os instantes entre a constatação e o anúncio de sua vitória vieram acompanhados de uma estranha, mas agradável, vertigem. Súbito parecia que o cassino inteiro girava a seu redor. Achou melhor parar por ali. A sorte não dura pra sempre, pensou.

Foram para o quarto do hotel, cansados mas extasiados com a noite, que ainda não havia terminado. Pediram o melhor champanhe, afinal precisavam comemorar em grande estilo. Tudo correu tão perfeitamente que ele achou até piegas, tal qual um filme hollywoodiano. Amaram-se a noite inteira, sem pudores nem vergonhas, e só adormeceram quando o sol já ia alto.

Acordou às quatro da tarde. Nunca acordara àquele horário, mas, dessa vez, permitiu-se. Silêncio no quarto, olhou para o lado e percebeu-se sozinho no grande leito da melhor suíte do hotel. Foi ao banheiro, e lá achou um bilhete, grudado no espelho com um chiclete. “A noite foi maravilhosa, inesquecível. Sinto muito, mas não resisti à tentação. Beijos. Horácio”. A mesma vertigem da noite anterior, agora nada agradável – seria o champanhe? – lhe causou náuseas, e vomitou ali mesmo, na luxuosa pia daquele asséptico banheiro.

Poderia ter considerado aquela noite uma emocionante aventura, onde pôde assumir aspectos recônditos de sua personalidade, conhecendo o paraíso e o purgatório no espaço de doze horas. Não superou. Em seu funeral, apenas um arrependido Horácio compreendeu aquele ato derradeiro. E chorou, muito, pelo amor que vendeu ao módico valor de um milhão de euros. Ao contrário de Josias, Horácio não sabia apostar.

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Vinícius Fontana (definição)

Posted by epifabiconia em maio 30, 2008

EMBRIAGAR-SE… DE QUÊ?

 

            Sabe aquele momento de exagero? Aquele em que você se excedeu muito, pulou de alegria, riu sem parar, cantou e deu saltos tentando se equilibrar no meio-fio da calçada? Aquele momento em que você se sentiu confiante, ou simplesmente se sentiu aliviado, baixou a pressão sobre seus ombros e se extasiou com certos fatos deixando os outros de lado. Pois é, amigo, você estava embriagado.

            Mas não se iludam, embriagar-se não é apenas ingerir quantidades dantescas de bebida alcoólica como alguns podem ter pensado. Até o próprio dicionário é muito indelicado com a embriaguez, definida como: 1.Estado de quem se embrigou, bebedeira. 2.Arrombo, êxtase. Ora, convenhamos, embriagar-se não é apenas o famoso trago e, no caso do arrombo ou êxtase, nem todo mundo que se embriaga sofre desses aspectos.

            Talvez o dicionário devesse ler a obra do grande escritor Baudelaire, que escreveu: “Para não serdes os martirizados escravos do Tempo, embriagai-vos; embriagai-vos sem tréguas! De vinho, de poesia ou de virtude, a vossa escolha!” Garanto que há muita gente que jamais colocou uma gota de álcool na boca e já se embriagou, seja de poesia, de virtude, ou qualquer outro sentimento.

            Aliás, promulgo aqui uma verdade universal, sem medo generalizo e peço que me desmintam caso eu esteja errado: todo sentimento é capaz de embriagar, pois todo o sentimento é passível de exagero que é, em essência, a embriaguez. Posso muito bem encher-me de amor, por qualquer coisa, seja pelo meu time do coração, namorada, pela família ou por um simples objeto para os mais materialistas.

            Posso embriagar-me também de tristezas, de sentimentos negativos, do medo de sair de casa, do luto, da perda de um objeto de valor. Posso me embriagar ao brigar com algum ente querido, ao guardar ressentimentos, enfim, poderia enumerar uma quantidade infinita de sentimentos intrínsecos e até mesmo não descobertos de cada ser humano que podem desencadear êxtase ou a antítese deste.

            Claro que também é possível encher-se de elementos materiais. Há pessoas que se interessam em encher os bolsos de dinheiro ou meramente colecionar quantidades gigantescas de selos. Diversas pessoas só têm seus sentimentos despertados por aquisições, e por isso apenas conseguem se embriagar após ter sua ânsia de ter saturada. Não me cabe aqui julgar moralismos ou meios mais adequados de se extasiar, porém essa me parece a que mais desvaloriza a humanidade tão preservada para quem busca uma filosofia de embriaguez semelhante à de Baudelaire.

             Enfim, se algumas vezes, “nos degraus de um palácio, na verde relva de um fosso, na desolada solidão do vosso quarto, despertardes, com a embriaguez já atenuada ou desaparecida, perguntai ao vento, à onda, à estrela, ao pássaro, ao relógio, a tudo o que foge, a tudo o que geme, a tudo o que rola, a tudo o que canta, a tudo o que fala, perguntai-lhes que horas são; e o vento, e a vaga, e a estrela, e o pássaro, e o relógio, hão de vos responder: é hora de se embriagar!”. Baudelaire já disse, e eu reafirmo aqui que podemos nos embriagar de tudo que é bom e, infelizmente, de tudo que é ruim. Independente do tipo ou estado da embriaguez, devo alertá-los para o que com certeza todo mundo sabe – depois de se embriagar sempre vem a ressaca! Mas falar da ressaca, aí já é assunto para outro texto de definição.

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Rodrigo Petruzzi (diálogo)

Posted by epifabiconia em maio 30, 2008

ORDEM DIVINA

 

Deus encontrava-se no centro do tribunal. Ao seu lado direito, Adão; à sua esquerda, Eva. O Todo Poderoso ordena silêncio, e todos se calam. Com a palavra, anjo Gabriel:

G – Estamos começando o julgamento 3466, em que os réus Adão e Eva serão julgados por serem os primeiros ascendentes de uma raça que está destruindo o Planeta. Que seja iniciado o processo.

Adão olhou para Eva, que continuava com os olhos fixos nos jurados. Deus tomou a palavra:

D – Adão, você cometeu um grande erro. Desrespeitou os primeiros mandamentos e, como conseqüência, proliferou a raça humana. Esta, por sua vez, está causando cada vez mais danos a minha obra prima mor, o planeta Terra. O senhor tem algum argumento contra este fato?

A – Pai, não tive culpa alguma. A noite estava linda e quente, eu estava deitado sobre a grama na planície, sendo acariciado por uma leve brisa, quando Eva chegou. Colocou a mão em meus cabelos, sentou sobre mim e, bom, o senhor já sabe do resto. Mas a culpa é toda dela!

E – Mas era só o que me faltava! Senhor! Não acredites em nenhuma palavra dita por este cafajeste! Deixa eu contar a minha versão da história. A noite estava horrível, um calor de matar. Eu estava sentada sob uma árvore quando vi Adão se aproximando. Ele já havia tentado me agarrar antes, mas dessa vez não consegui escapar. Ele veio com o pretexto de que queria apenas comer uma maçã que estava no topo da árvore e pediu minha ajuda para subir no tronco. Quando segurei ele, ele me segurou mais forte e…

A – Rá rá rá, sempre nessa história de tu seres o centro das atenções. Tu tens que deixar de ser tão egocêntrica!

E – Eu, egocêntrica?! Não tenho culpa se Deus me fez assim, linda, maravilhosa.

D – Opa, eu não fiz nada. Não me põe no meio disso.

A – Admite Eva, tu não resistes ao meu abdômen quadriculado, meu bíceps definido. És gamada em mim.

E – Eu gamada em ti?! Deus que me perdoe!

D – Eu perdôo a todos, Eva… Perdôo a todos… Mas vamos voltar ao tópico principal do julgamento. Por favor, anjo Damião, traga nossa primeira testemunha.

Damião ausenta-se por um momento e, quando retorna, anuncia:

Damião – Apresento ao tribunal a testemunha Adolf Hitler, vinda diretamente do inferno.

E – Ainda com esse bigodinho, que brega..

A – Pshhh! Eva! Quer piorar nossa situação?!

D – Silêncio! Eu pedi para você, Adolf, comparecer perante este tribunal para provar aos réus que os frutos deles serão a pedra fundamental para a aniquilação do planeta. Diga a eles o que você fez…

AH – Eu lutei por meu ideal: apenas a raça ariana deveria viver na Terra. Morte aos negros e judeus. E não vá me dizer que o senhor não concorda, olhe para Adão. Parece um alemão puro…

A – Por favor, Deus, não leve em consideração o que ele diz. Ele é uma exceção, um louco entre milhares.

E – É, e olha o bigodinho dele.

A – Cala a boca, Eva! Senhor, peço que deixe entrar a nossa testemunha de defesa.

D – Está certo, Hitler pode voltar para o inferno, e vê se corta esse bigode viu? A testemunha de defesa pode entrar, por favor.

Acompanhado por Damião, entra no tribunal Martin Luther King.

D – Senhor Martin, você aceitou o pedido de ser testemunha dos acusados. Justifique por que eles não devem ser punidos pela reprodução da raça humana.

M – Eu tenho um sonho,…

E – Aí, esse cara não muda o repertório? Sempre essa coisa de “i have a dream”! Eu te falei Adão, Mahatma Gandhi tava “dando sopa” lá no paraíso, era só falar com ele.

D – Senhorita Eva, mais uma interrupção inoportuna e eu vou ter que pedir sua retirada deste julgamento! Continue Martin…

M – Bom, agora que fui interrompido, vou abrir um parêntese. Não pude deixar de escutar as palavras de Adolf Hitler, e elas me fizeram pensar. Por que não fizeste Adão negro?

D – Que?!

M -Isso mesmo. Por que Adão é este homem loiro de olhos azuis, alto, forte e não um negro esbelto, de cabelos crespos e dentes reluzentes?

D – Bom, eu nunca havia pensado nisso e..

M – O Senhor é racista?

D – Martin Luther King! Tenha respeito com Deus!

M – Não, isso é apenas é um aviso, por que se o senhor é racista, fique sabendo que estou formando um grupo anti-racismo, os Panteras Negras Angelicais, que estão dispostos a lutar a todo custo pela igualdade racial.

D – Isso é um insulto ao reino dos céus! Senhor Martin Luther King, você está condenado a ficar 3 semanas nos mármores do inferno! Por favor, levem ele.

Enquanto era carregado por 3 anjos, Martin gritava:

M – É só por que eu sou negro! Eu sabia!

O tribunal fica em silêncio por um tempo, Deus toma um gole de água e volta a falar:

D – De agora em diante, não teremos mais testemunhas. Esse julgamento já se estendeu demais e serviu apenas para provar que vocês humanos não estão prontos para uma convivência harmoniosa.

E – Sim. Deus traz um assassino psicopata; Adão, um negro com mania de perseguição. Se este mundo fosse feito apenas de Evas tudo seria mais perfeito.

D – Adão, ela é sempre assim?

A – Não, quando ela compra uma folha de palmeira nova ela fica mais calma.

D – Ah, bom. Voltando, então temos duas versões diferentes da história, portanto algum de vocês está mentindo e isso apenas reforça minha idéia sobre os humanos. Qual de vocês está falando a verdade?

E – Eu.

A -Ela.

D -Ela?

A – Sim. Eva contou a verdade. Menti no início por que estava nervoso, mas tenta me entender Deus. Fiquei durante anos sozinho no paraíso e, quando o Senhor arrancou de mim uma costela e criou Eva, não tive como me conter. Olha pra ela, corpo definido, bunda empinada, seios que parecem dois melões maduros. Quando vi uma mulher assim, não pensei duas vezes, fui lá e pimba!

D – Sabe que nunca tinha reparado?

E – Deus!? Até o senhor?

D – Desculpa Eva, mas tenho que concordar com Adão. Você é um caminho para perdição, e terá de ser punida.

E – Mas isso é injusto! Não posso ser julgada sob esse pensamento machista.

D – Anjos, levem Eva para o cárcere. Semana que vem definiremos sua pena. Julgamento encerrado.

Eva é levada aos prantos pelos anjos, enquanto Deus se aproxima de Adão e comenta:

D – Mandou bem filhão, puxou o pai hein…

A – Que é isso pai, tu ainda não viu nada. Tive uns lances com uma tal de Maria há uns tempos atrás…

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Matheus de Castro (mudança de ponto de vista)

Posted by epifabiconia em maio 30, 2008

ANGÚSTIAS

 

Até uns anos atrás, ainda tinha a companhia do meu neto que, desde a morte dos seus pais, morava comigo. Era calado, mas transparecia seus pensamentos com suas expressões faciais, as quais eu tinha que decifrar.

Me lembro bem de sua partida, quando foi para a capital estudar. Enfim havia chegado a hora que ele tanto esperava, e eu tanto temia. Acostumada a tê-lo sempre por perto teria agora que confiar na eficácia dos meus numerosos conselhos. Como todo jovem, ele ansiava por liberdade e independência. Não pensava muito nos possíveis contratempos que iria encontrar. Na véspera de sua viagem, sua angústia estava bem visível. E assim também estava a minha.

Ao auxiliá-lo com as malas, mal conseguia olhar nos seus olhos. Sabia que iria cair em prantos e isto o deixaria constrangido. Ele seguia o que pensava ser o modelo de homem: tentava assumir uma postura indiferente e fria. Tentava ocupar-me para não pensar no que seria tão doloroso para mim: a partida de mais um filho do meu ninho. Lavei a louça, guardei os talheres e os pratos. Reconfortei-me com a idéia de ir buscá-lo na estação quando viesse me visitar. Pensei na saudade que ele talvez pudesse sentir de mim e na aproximação que isso nos proporcionaria. Imaginei as vezes em que ele desejaria que eu estivesse ao seu lado para ajudá-lo com suas tarefas e para levar-lhe um café na cama. Decidi, então, preparar uma feliz despedida. Arrumei a mesa de jantar com os melhores apetrechos de que dispunha. Troquei várias vezes a disposição dos lugares indecisa se preferia que ficássemos de frente um para o outro, ou se deveríamos ficar lado-a-lado. Dobrei os guardanapos de todas as formas que conhecia até escolher uma que me satisfizesse. Fui dormir.

            Imagens angustiosas do meu netinho entrando no trem me doíam. A ansiedade a respeito do nosso último momento juntos me torturava. Pensava no que seria adequado dizer. Tentava reduzir ao máximo os conselhos, sabia o quanto isto o incomodava, pois, com sua prepotência juvenil, julgava que tudo sabia. Imaginava como seria bom nosso último abraço, sonhava com palavras doces que poderiam sair sem querer da sua boca. Tantos pensamentos não me deixavam dormir, até o momento em que não sabia mais se estava acordada ou divagando.

            Sonhava com coisas belas e leves, o choro de saudade precipitada havia feito com que o peso que sufocava meu peito se aliviasse. Uma sensação de otimismo me dominava. Foi quando uma mão no meu ombro me trouxe de volta à realidade. Havia dormido demais? Teria perdido a chance de fazer tudo o que havia preparado na véspera? Meu neto dizia que decidira sair mais cedo. Provavelmente não suportava sua ansiedade. Deu-me um beijo na testa e foi-se. Deixando para trás uma cama vazia, um quarto inútil e uma mesa posta.

 

(texto baseado no conto A partida, de Osman Lins)

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Rafael Zenato (mote Tchekhov)

Posted by epifabiconia em maio 30, 2008

VÍCIO

 

            Carlos havia aprendido a jogar pôquer com um primo, ainda na adolescência. No início jogava apenas por diversão e não o fazia com muita freqüência. Entretanto, quando completou 40 anos, tornou-se cliente assíduo do “The King”, famoso cassino da região.

            Como dono de uma empresa na indústria de plásticos, Carlos era bem sucedido financeiramente. Este sucesso, no entanto, nunca representou alguma felicidade. Sem filhos, sem bons amigos, e com um casamento monótono, jogar pôquer há anos era sua única alegria.

            A esposa, Cláudia, insistia para que parasse de jogar. Ela tentava convencer o marido de que ele estava viciado. Carlos, de certa forma, também passou a preocupar-se com o possível vício. Em relação à esposa, não deu o braço a torcer. Prometeu, porém, para si mesmo que, quando ganhasse uma boa grana, pararia de jogar.

            Era sexta-feira à noite. Como de costume, foi ao The King. Dirigiu-se a uma mesa de pôquer. O jogo estava para começar. Colocou seus óculos escuros e um leve sorrisinho no rosto. Era assim que jogava, sempre. Logo na primeira rodada,  viu que tinha uma boa mão. Apostando bem, faturou uma certa quantidade de fichas. Sentiu uma imensa liberação de tensão do seu corpo. Relaxou na cadeira, mantendo, contudo, a mesma expressão facial. Carlos estava jogando bem e ainda contava com a sorte. Um a um, os adversários foram sendo eliminados da partida, até que só restou um homem na mesa, além dele. As primeiras rodadas entre os dois foram tímidas, sem golpes arriscados. A partida toda já durava cerca de três horas. Ao receber as cartas mais uma vez, Carlos viu que este poderia ser seu dia de sorte.

            Confiantes, os dois homens foram apostando alto. Cada vez mais alto. E mais alto ainda. Todas as fichas já estavam na mesa. Um milhão de dólares sobre o pano verde. Ao revelar suas cartas, Carlos lembrou da promessa que fizera a si mesmo. Nem chegou a ver o jogo do adversário. Só viu sua cara de decepção. Sou um quarentão milionário, pensou. Sorriu. Gargalhou, enquanto apreciava a beleza das fichas que reluziam sobre a mesa. Recebeu o dinheiro das mãos do próprio dono do cassino, numa mala preta. Os seguranças do estabelecimento o acompanharam até o carro. Foi para casa.

Ao entrar no quarto, viu que a mulher dormia. Levou o braço em direção a ela, pensando em acordá-la. Num impulso, recuou. Se contasse à esposa, definitivamente não teria desculpa alguma para voltar ao cassino. Sentiu um vazio imenso. Não acreditava. Sentia-se traindo a si mesmo. Tudo que queria era jogar mais uma ou outra partida. Viu que Cláudia estava certa: ele era um viciado. Era doloroso demais para ele. Agora via-se como um drogado, um enfermo. Jamais importara-se em decepcionar os outros, mas não poderia enganar a si próprio. Não poderia quebrar a promessa feita, assim como não poderia parar de jogar. Mas deveria. Sabia que deveria, do mesmo modo que também sabia que não conseguiria. O vício agora o consumia, tomava conta do seu ser. Sentiu uma lágrima escorrer em seu rosto. Salgada, como a vida em que ele agora se encontrava… ou se perdia. Decidiu acabar com o sofrimento. Foi até o escritório, abriu uma gaveta. Pegou o revólver calibre 38. Já estava carregado. Engatilhou-o, levando à própria boca. Fechou os olhos. Com as mãos trêmulas, disparou.

            Tudo estava acabado. Sem mais vícios, sem mais culpa. Apenas o sangue se movia, lentamente, escorrendo pelo chão.

 

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Nathália Gasparini (viagem)

Posted by epifabiconia em maio 30, 2008

ESTRADA PARA O FIM

 

          Não sei… Eu acho, Bento, que não é mais isso que eu quero para mim.

Fazia alguns minutos que ela falara isso, mas pareciam horas. Minhas pernas tremiam no princípio, mas agora balançavam tanto que resolvi parar. Estacionei no acostamento. Queria gritar, expressar a minha indignação. Como assim? Minha voz não obedecia. Como não sabia se ainda queria? Droga! Bati com os punhos no volante. Foram três anos de namoro, um de uma palhaçada noivado… Garganta seca. Olhei para ela. Ela observava a plantação de arroz através da janela. Toda aquela viagem, as férias que tiramos juntos… Do meu lado, os carros passavam muito rápido a cada segundo. Tudo em vão. Os dias que planejei, a declaração que ensaiei, as palavras que escolhi… Ela observava a brisa no campo de arroz. Havia uma vaca pastando ao longe. Vaca! Ela sequer me olhava um instante. O barulho dos carros era ensurdecedor. Ela não ouvia nada, e eu não conseguia raciocinar. Quer saber? Azar! Não teria mais casamento algum mesmo. Mas eu não poderia deixar barato. Todo esse circo armado, para, agora, pular fora? Ah, ela resolveu me encarar. Cansou da vaca, assim como cansou de mim? Mas eu não sou um animal, Olívia. Sou um homem! E tu é minha mulher. Não desperdicei esses quatro anos à toa. Liguei o carro, estávamos de volta à estrada. Viagenzinha pra serra. Bobagem! Tudo para a querida me dispensar. Bento, presta atenção, tá muito rápido! O quê? Quem é ela pra falar de atenção? Foi só o que eu fiz, dar toda minha atenção para ela, e ela sequer me olhou. Muito rápido. Ah, sim… Em cinco segundos ela arruinou minha vida e agora diz isso. Mas, logo, logo ela vai saber o que é rápido. Já estamos chegando à serra. Afundei o pé no volante e troquei de pista. A gente tá na contramão! O que tu tá fazendo, seu descontrolado? Tá bom, Olívia. Eu dedico quatro anos da minha vida a ti, e quando eu falo em casamento tu diz que não sabe o que quer. Quem é o descontrolado? Se ao menos eu conseguisse desengasgar, tu ouviria poucas e boas. Está vindo um carro na nossa direção. Ah, vai conseguir desviar? Não vai, não! Pára, pára, pelo amor de Deus! Amor, Olívia? Tu lá sabe o que é amor? Minha vida não vai parar por causa dela. A viagem acaba aqui, eu acabo aqui. Mas Ela não vai continuar. Só continuou comigo enquanto foi conveniente a minha bajulação. Vira, Bento, vira! Virei. Olhei para ela, fechei os olhos. Estávamos no acostamento. Do meu lado, o carro passou. Abri os olhos e comecei a chorar.

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Vanessa Silva (mudança de ponto de vista)

Posted by epifabiconia em maio 30, 2008

BRINCADEIRA DE GENTE GRANDE

 

Depois de tanto tempo tentando criar coragem, estava decidida: seria naquela noite! Eu sempre achei estranho o fato de ter me apaixonado por alguém tão mais velho. Talvez fosse a experiência, pois apesar de ele não ter sido bem sucedido em sua vida, eu tinha me interessado por ele desde o princípio.

            Desde menina ouvia dizer que os padrinhos são como nossos segundos pais e, por isso, sempre fui muito ligada ao dindo Morales e à dinda Marisa.  Era sempre assim: toda quarta-feira eles iam para minha casa. Primeiro, os homens assistiam ao futebol na televisão, enquanto as mulheres ficavam na cozinha preparando o jantar. Depois, meu pai e meu dindo iam para o quintal, onde passavam a noite toda bebendo e conversando. A dinda não agüentava muito e sempre ia embora antes, pois nunca aturou as bebedeiras do Tio Morales.

            Nas últimas vezes que isso aconteceu, eu comecei a perceber uma certa mudança de comportamento de meu dindo. Ele me olhava de um jeito diferente e ficava durante horas no meu quarto, conversando comigo sobre todos os assuntos. Só saíamos de lá na hora do jantar. Ele estava quebrando o ritual de anos para ficar de conversa com uma pirralha de 11 anos. Algo estava acontecendo, e eu esperava estar sendo correspondida.

A situação começou a ficar estranha. A Tia Marisa não aparecia lá em casa fazia um mês, e todas as vezes em que o Tio Morales aparecia aconteciam discussões entre ele e meu pai. Eu não podia perder a oportunidade, porque do jeito que as coisas estavam se encaminhando, logo eu perderia o contato com ele. Eu precisava ser rápida.

Então, tive uma idéia. Naquela semana, durante a nossa conversa, eu me declararia. Diria que não agüentava mais ser considerada uma filha, e que queria muito que ele esperasse eu crescer, pra gente poder ser feliz junto. Era isso, nada poderia dar errado.

Havia chegado o dia. Escolhi a roupa com antecedência, tinha que ser a peça menos florida e infantil do meu guarda-roupa. Ele precisava me ver como uma mulher, e não apenas uma criança. Depois de arrumada, pedi a meu pai que me avisasse assim que ele chegasse.

          Por que tanta empolgação, menininha?

          Ahn, hum… é que eu escrevi algo que tenho certeza que o Dindo Morales vai gostar!

          Escreveu algo, é? Deixe-me ver, Flavinha.

Eu tive certeza que meu pai estava desconfiado de algo. Ele não podia estragar tudo.

          Eu escrevi algo para ele papai, não posso mostrar.

E então, sai correndo dali, antes que meu pai insistisse mais. Enquanto esperava, fiquei pensando na forma de dizer tudo que estava sentindo. Ele me acharia uma boba? Diria que eu estou confundindo as coisas e que, por ser muito nova, não sei distinguir sentimentos? Eu esperava que não.

Escuto alguém bater na porta do meu quarto e, ao abri-la, me deparo com ele. Ele parecia mais gordo do que o usual e a barba estava por fazer, mas ainda mantinha o mesmo encanto de sempre. Depois de trocarmos algumas palavras, ele quis saber o que eu tinha que mostrar pra ele. Meu pai tinha que ter falado? Era chegada a hora, eu não tinha mais como fugir disso.

Depois de falar tudo que estava sentindo, a reação dele foi a mais estranha possível. Ele disse que eu estava confundindo tudo e que era muito nova pra entender desse tipo de coisa. Então, me deu um beijo na testa e retirou-se.

Não, não. As coisas não podiam terminar tão rápido assim. O resto da noite foi como nos velhos tempos. Após o jantar, ele e meu pai foram para o jardim beber e conversar. Eu percebia que ele evitava até mesmo me olhar, mas eu não conseguia aceitar isso. Então, aproveitando que todo mundo estava do lado de fora da casa, em uma das vezes que ele foi ao banheiro, chamei-o no meio do corredor:

          Quer dizer que nada vai mudar entre nós?

          Flavinha, Flavinha… Você está confundindo tudo. Não brinca com coisa séria, menina.

          Não tem ninguém brincando aqui. Eu quero mesmo estar contigo. E eu sinto, que tu também quer. Eu vou esperar, não importa o tempo que for.

Eu sabia que tinha conseguido mexer com ele, nem que fosse um pouquinho. Agora era apenas uma questão de tempo, e ele logo viria até a mim, para dizer que tinha mudado de opinião sobre nós. E não demorou muito.

Naquela noite mesmo, ele veio falar comigo. Disse que não podia se envolver com alguém tão mais nova. 40 anos nos separavam. Ele podia ser meu pai, até mesmo meu avô! Mas o fato é que não era. Ele era o príncipe encantado de meus sonhos. E eu queria estar com ele.

Após escutar isso, em uma das vezes que ele foi até a cozinha buscar cerveja, eu o puxei pela mão. No pátio de casa, um beijo aconteceu. Um beijo rápido e escondido.

Imediatamente, Morales afirmou que aquilo tudo era um grande engano. Ele era casado, e nossa diferença de idade era grande demais para sustentar uma relação. Pediu desculpas, e prometeu que aquilo não voltaria a acontecer.

Como assim? Se aquilo era exatamente o que eu tinha sonhado no último ano. Ficamos mais um tempo ali, sem trocar alguma palavra. Ele sentou na grama, mas continuou mudo. Pouco depois, ele adormecera.

            Fui para o meu quarto certa de que essa situação não ficaria assim. Quem ele pensava que era pra brincar com meus sentimentos? Todos ficariam sabendo que ele tentou me agarrar. Logo eu, que sempre o considerei um pai.

            Após conversar com meus pais no outro dia e contar toda minha versão para aquela história, percebi que a situação tinha fugido do meu controle. Meu pai ficou uma fera, queria a todo custo denunciar meu dindo por assédio sexual. Ele gritava para todo mundo ouvir que “queria aquele monstro na cadeia”. 

            Então, minha mãe sugeriu que deveríamos resolver esta questão em família, e nos encaminhamos até a casa de meus padrinhos. A meu favor, eu tinha o fato de nunca mentir pra ninguém. Era a minha palavra, sempre verdadeira, contra a palavra de alguém que tinha bebido mais do que o limite e que por isso não lembrava de nada.

 

 (Texto baseado no conto Pequenos Prazeres, de Ricardo Morales)

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Laura Postal (dissertação)

Posted by epifabiconia em maio 28, 2008

A OBESIDADE NA INFÂNCIA

 

Os jornais e a televisão nos lembram constantemente que o número de pessoas obesas vem crescendo em ritmo acelerado no Brasil e no mundo. E o mais alarmante é que esse número inclui muitas crianças. Segundo pesquisa realizada pelo IBGE, em apenas 30 anos, o número de crianças e adolescentes do sexo masculino acima do peso subiu de 4% para 18% no país. E entre as meninas, o salto foi de 7,5% para 15%. As causas deste descontrole na balança vão muito além da gula e da herança genética. O que mais contribui são os fatores culturais e os hábitos familiares.

A obesidade infantil pode estar relacionada com o fato de que hoje as crianças permanecerem mais tempo em casa, seja pela violência nas ruas ou pelos novos e crescentes confortos tecnológicos. A questão é que o tempo que passam em frente à televisão, no videogame ou no computador é freqüentemente acompanhado por doces, salgadinhos ou refrigerantes. As crianças vão, aos poucos, tornando-se sedentárias, diminuindo suas atividades físicas e, conseqüentemente, seu gasto de energia.

O apreço das crianças por comidas não saudáveis pode começar logo nos primeiros anos, quando adultos oferecem balas ou refrigerantes mesmo sem elas terem pedido. Ou nos primeiros meses de vida, quando as mães acrescentam açúcar na mamadeira, fazendo os bebês se acostumarem com o gosto doce desde cedo . Isso pode contribuir para um consumo mais elevado de açúcar depois de alguns anos.

            Assim, o grau de informação dos pais sobre alimentação saudável e equilibrada é fundamental. Devido à correria do dia-a-dia, os pais não dão devida atenção aos próprios hábitos alimentares, o que dirá dos filhos. E crianças que são educadas em meio a adultos que não têm bons costumes, certamente não o terão. Se elas vêem todos à mesa tomando refrigerante nas refeições, por exemplo, não serão motivadas a tomar suco ou água.

Os pais também devem evitar a utilização de alimentos como prêmio ou punição ou para compensar sua ausência por causa do trabalho. Os alimentos-prêmio geralmente são os que colaboram para o aumento de peso das crianças, já que são gordurosos e com alto teor de calorias como chocolate, batata frita ou “fast-food”.

Desta forma, o controle da obesidade infantil deve começar em casa, com refeições balanceadas, estímulo à atividade física e melhores hábitos alimentares para toda família, não apenas para as crianças.

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