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Ariel Oliveira (artigo de opinião)

Posted by epifabiconia em junho 20, 2008

A COPA DO MUNDO É NOSSA?

Pronto. Tudo com que todo brasileiro sempre sonhou. 2014, uma nova copa no Brasil. O país pentacampeão espera pelo hexa (ou hepta, já que até lá ainda teremos a copa de 2010) em casa. Ou mesmo no estádio. De qualquer forma, perto de nós, bem mais acessível que no exterior. Torceremos pela nossa seleção, em nosso país: A copa do mundo é nossa!

Mas, será?

Inegável a alegria do povo com o futebol. Não que os brasileiros normalmente se importem muito com questões sociais, políticas ou econômicas, mas todos os anos, a pouca atenção dedicada a esses assuntos é desviada. Pelo carnaval, obviamente, mas ainda mais pelo futebol. Entre campeonatos estaduais, amistosos e o brasileirão, todos os temas realmente importantes perdem força.

Em se tratando da seleção, o desvio de atenção é ainda maior. O dobro da alienação durante as Olimpíadas (“único título que falta ao futebol brasileiro” acrescentariam alguns) e o triplo em Copas. Alguém mais acha que não é simples coincidência que as eleições aqui coincidam com os anos dos dois maiores eventos esportivos mundiais? Não, não é coincidência.

O governo dará muito dinheiro para a infra-estrutura esportiva brasileira, para não passarmos vergonha aos olhos mundiais. Fato que se torna alarmante: bem na época em que os políticos terão mais dinheiro em suas mãos, a atenção do povo estará inteiramente focada no futebol. Bilhões de dólares, supostamente dedicados a construção e melhorias de estádios, aparelhos, aeroportos, hospitais, entre outros; bilhões de dólares, dos quais talvez a metade (sendo otimista) seja propriamente utilizada. E enquanto isso, a única preocupação do povo é qual jogador o técnico vai escalar para qual partida. Desse jeito, a copa não é nossa, é dos corruptos.

“Faça sua parte!”, convidou Frank Damasceno em sua coluna dessa quinta-feira. Estabeleçamos primeiro qual a parte de cada um nisso tudo. Fechar os olhos, olhar para o lado, fingir que não vê (ou realmente, não ver)? Elevarmos o futebol acima de tudo, em detrimento da política, da sociedade, do País? Ou deixarmos a fantasia do futebol de lado uma vez na vida (no caso do Brasil, uma vez na História) e pensarmos no País pra variar?

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